quinta-feira, 18 de junho de 2009

A pegadinha

Então, hoje eu caí na pegadinha da idade madura.
Sabe aquela que faz você pensar que a vida é muito séria, e que você é uma pessoa muito séria, e portanto, muito importante? Pois então, essa mesma.
Logo eu, logo eu! Por quê?
Bem, essas coisas acontecem com todo mundo, sempre e quando, a correria do dia a dia faz com q a gente esqueça de verdade a que viemos!
Não sei o que me deu, senti que o mundo era muito importante, e que eu, EU, era uma pessoa muito importante, e ocupada, e cheia de responsabilidades e que, se alguém duvidasse disso, eu era capaz de ..de...de.....

entrar numa livraria e ficar quase 40 min andando entre os livros, olhando tudo, lendo as contra-capas, me perguntando por que diabos aquelaaa revistaria na verdade, se achava uma livraria, sendo que só vende literatura enlatada, auto-ajuda e cocô transcendental, mas é a revistaria que fica no meio do meu caminho para casa, e assim, por isso, eu sempre que estou meio longe de mim, entro nela pra ficar olhando as coisas, sempre tem alguém ou algo que me traz de volta, então eu fico ali vagando até que num passe de mágica, alguma pratileira fala comigo, fazendo psit, hey você aí e eu vou lá pra ver, e de repente - uff eu estou aqui. Cheguei de um lugar do além, onde as coisas são amadas e as pessoas coisificadas. Lá não tem pôr-do-sol, brisa, aromas suaves, grama, peixe, luz nem calor.

E quando olhei, quem tava me chamando era a Emily, e ela me disse :

There is an arid Pleasure -
As different from Joy -
As Frost is different from Dew -
Like element - are they -

Yet one - rejoices Flowers -
And one - the Flowers abhor -
The finest Honey - curdled -
Is worthless - to the Bee

-------------------------

The Red - Blaze - is the Morning -
The Violet - is Noon -
The Yellow - Day - is falling
And the after that - is none -

But Miles od Sparks - at Evening
Reveal the Width that burned -
The Territory Argent - that -
Never yet - consumed -


E foi isso.
Responsável sempre.
Importante, nunca :)


é assim que eu imagino a Emily

Poemas Escolhidos, Emily Dickinson, L&PM

2 comentários:

Unknown disse...

Eu não consigo achar nada muito sério na vida (será que tenho problema?). Acho tudo um tanto risível, meio patético, meio ridículo, sabe? Dar uma risadinha monossilábica é geralmente o que mais me inspira: Rá!
Sei lá... Acho que levei tudo tão a sério até os meus 25 anos que daí pra frente todo me diz "why so serious" e eu digo a mesma coisa em retorno... (desculpe o momento "all about me").
Nunca li o poema em questão...

Marina Sathler disse...

mas é isso mesmo, cara Rá!inha.
achar tudo muito importante, e tudo muito sério é banal demais. Bom mesmo é levar a vida com uma grande e colorido RA !

eu também não sabia muito sobre a Emily Dickinson, li alguns poemas na faculdade, mas ontem achei q era um bom momento para saber qualéque éra. Estou gostando! é simples, sutil, e singelo como uma pincelada de tinta do Monet. :)