terça-feira, 16 de setembro de 2008

Bizarrices

De manhã é o horário em que vejo mais bizarrices. Aliás quase tudo que eu vejo me parece estranho, principalmente as pessoas.
Hoje tomei um caminho diferente para o trabalho, e foi muito bom. Saí do fluxo business metrô Sé / Paraíso e fui pelo Vila Madalena. Mas foi tão agradável, tão agradável! As pessoas não tem cara de papel amassado, o ar não é pesado como se o ceu fosse cair na nossa cabeça e não tem bolsas cutucando a sua bunda te forçando a entrar no metrô, ou coisa pior. O mais agradável é que está mais vazio, e portanto, todos ficam mais relaxados. Tem mais verde, tem a estação Sumaré, tem pessoas com roupas coloridas e diferentes, tem crianças....é demais!
Isso me faz pensar longamente sobre a real necessidade de cumprir horário das 9 às 18h, e mais ainda, a real necessidade de se ir até o escritório. Até quando a gente vai gastar dinheiro sem necessidade?
Fico pensando na vida na metrópole, nas coisas, no mundo. Penso tanto que nem vejo que estou pisando no pé da pessoa do meu lado. O que ocorre é esvaizamento total dos sentidos... Será?

Socorro, não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar, nem pra rir
Socorro, alguma alma, mesmo que penada
Me entregue suas penas
Já não sinto amor, nem dor, já não sinto nada
Socorro, alguém me dê um coração
Que esse já não bate, nem apanha
Por favor, uma emoção pequena
Qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta
Em tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva
Socorro, alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento, acostamento, encruzilhada
Socorro, eu já não sinto nada, nada

Composição: Arnaldo Antunes/Alice Ruiz

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