terça-feira, 8 de abril de 2008

Filmes que nos surpreendem


Elizabethtown entrou para a lista de filmes que nos surpreenderam . A fórmula do casal bonitinho formado por nada menos que Kirsten Dunst e Orlando (mamãezinha!) Bloom parecia levar ao espectador nada além do que um romance mamão com açúcar para divertir-se nos momentos light. No entanto, Elizabethtown oferece muito mais do que isso: uma reflexão sobre a vida, o amor e as escolhas.
Após um catastrófico fracasso em sua vida profissional, que leva sua empresa a um prejuízo de aproximadamente 1 bilhão de dólares, Drew (Bloom) decide dar fim a sua vida. Não bastasse a tentativa de suicídio fracassar, o destino lhe aplica uma nova peripécia: seu pai cai morto na mesma noite e Drew é o encarregado de cuidar do funeral e todos os proclames.
Ele segue então para a cidade de Elizabethtown, aos frangalhos.
No avião conhece a maluquete comissária Claire (Dunst), que num breve momento a sós com nosso elfo preferido, percebe que havia muito mais do que um cansado passageiro e lhe entrega seus contatos e seus telefones, sem deixar o aspecto crazy lady de lado, o que aos olhos do mocinho não passa de birutice mesmo.
No entanto, ao se ver sozinho em Elizabethtown este telefona para Claire e aí se inicia uma relação de paixão e amizade, que transforma a vida de Drew.
Claire representa o lado infantil e saboroso da vida, enquanto Drew se mantém preso aos valores da vida pós-moderna como o dinheiro e a aparência. Aos poucos, ele toma contato com as raízes de sua família que desconhecia por completo - sua história, sua decedência, as receitas de família, os variados tipos de sujeito e as variadas patologias de seus genes. Toma contato com uma forma de transmissão de valores e de cultura que não conhecia até então, na sua vida na Califórnia.
Tudo isso somado ao fato de se envolver emocionalmente com Claire faz com que Drew repensse sua vida e mude totalmente sua posição diante dos fatos que enfrentava. Com a ajuda de Claire, no retorno de Elizabethtown a Califórnia, ele faz um tour pelos Estados Unidos, conhecendo pontos históricos e paisagens deslumbrantes, acompanhado das cinzas de seu pai, Mitch. Esse último ritual de pai e filho abre a mente de Drew para um novo jeito de viver - feel, enjoy and go on. E é isso que ele faz. Continua.
Além da brilhante mensagem sobre postura diante da vida, o filme tem falas lindas, emocionantes, supreendentes e inusitadas como: "Vou sentir falta de seus lábios e de tudo em volta", além de uma excelente trilha sonora que proporciona ao espectador momentos de total cumplicidade com o personagem e seus dramas.

Um comentário:

kustela disse...

Morzinho......vc realmente tem o dom da escrita....é só o que posso dizer :D